Serviço de equoterapia completa 14 anos em Volta Redonda


        Prestes a completar 14 anos, o serviço de Equoterapia, realizado através de uma parceira entre a Prefeitura Municipal de Volta – por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME) e o Recanto da Equoterapia, que funciona  no bairro Dom Bosco, beneficia atualmente 120 crianças com deficiência física, mental e transtorno global de desenvolvimento. O serviço é disponibilizado para os alunos com deficiência da rede pública municipal de Educação.         
       

        De acordo com a secretária municipal de Educação, Therezinha dos Santos Gonçalves Assumpção, a Tetê, o serviço atende os alunos da educação infantil e ensino fundamental, das escolas especializadas Dayse Mansur, Sítio Escola Municipal Espaço de Integração do Autista Thereza Aguiar Chicarrino de Carvalho, Hilton Rocha, além de instituições conveniadas, como Apae-VR (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de Volta Redonda)  e Apadefi (Associação dos Pais e Amigos dos Deficientes Físicos), entre outras.
      

        “Quando começamos esse trabalho, em 2000, atendíamos apenas 53 alunos. Esse atendimento faz parte da complementação do trabalho desenvolvido na escola. Os alunos indicados pelo fisioterapeuta passam por uma avaliação pela equipe técnica da equoterapia. A periodicidade é definida de acordo com a necessidade do aluno”.
       

        Segundo a diretora do Departamento Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação, Mirian Coelho, a equoterapia traz benefícios como adequação do tônus muscular; da coordenação motora; do controle de cabeça e tronco; adequação do equilíbrio; facilitação no processo de aprendizagem escolar; estimula a atenção e concentração; socialização; autoconfiança; trabalha com a ativação dos sistemas cárdiorespiratório e músculoesquelético. Indicado para pessoas com paralisia cerebral, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; síndrome de Down; autismo; entre outros. “A equoterapia é uma atividade terapêutica dinâmica, sendo preciso adequá-la a cada indivíduo. Ela é indicada para diversas patologias como síndromes, paralisia cerebral, transtorno invasivo do desenvolvimento e até como atividade lúdica para indivíduos sem nenhum comprometimento”, explicou Mirian.
      

        A Equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde e educação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência. Ela emprega o cavalo como agente promotor de ganhos físicos, psicológicos e educacionais. Ela atua no equilíbrio, postura, tônus muscular, melhora na autoconfiança, autonomia e atenção. Todo o processo de tratamento tem início com a aproximação do cavalo, pois o método inclui tudo ligado ao animal, desde a limpeza, alimentação e outros cuidados. Os usuários do serviço realizam uma rotina supervisionada com o animal e a partir daí iniciam as suas atividades.
      

        O cavalo é o instrumento terapêutico, utilizado com base nos benefícios do movimento natural "ao passo" – andando lento. É ainda, um agente educativo e facilitador da integração físico-psíquica e social do paciente. O atendimento em equoterapia é planejado em função das necessidades e potencialidades do paciente, onde se incluem o estabelecimento dos objetivos a serem atingidos e a consequente ênfase na área a ser desenvolvida.
       

        De acordo com o fisioterapeuta e coordenador do Recanto da Equoterapia, Francys de Carvalho, a equipe de atendimento conta com quatro fisioterapeutas, três psicólogos, três fisioterapeutas e quatro equitadores, trabalhando em conjunto e interagindo pelo bem-estar, restabelecimento e melhoria do quadro clínico do paciente. Funcionando desde 1997, como centro de equoterapia no Bairro Dom Bosco, em Volta Redonda, o Recanto da Equoterapia, como é conhecido, é o pioneiro na região neste tipo de tratamento. Criado e idealizado pelo fisioterapeuta Francys de Carvalho, o local é o único em Volta Redonda a utilizar o cavalo como meio de se alcançar objetivos terapêuticos.
      

        Segundo o fisioterapeuta, atualmente com dez cavalos, o centro trabalha com atendimento individualizados, em horários pré-determinados, e sessões semanais de 30 minutos. Segundo ele um cavalo gera, durante cada sessão, de 1,8 mil a 2,5 mil estímulos capazes de melhorar as contrações musculares, organizações posturais, equilíbrio e de provocar estimulação sensorial. “As necessidades dos alunos são adequadas as características dos animais, o que chamamos de associação biomecânica. Sempre fazemos uma avaliação física, postural e neurofisiológica dos usuários antes de fazer a escolha dos cavalos”, afirmou.
      

        Segundo ele a escolha do cavalo para desenvolver esta forma de tratamento se explica pelo fato do cavalo, ao se deslocar, realizar um movimento semelhante à marcha humana, passando dessa forma três ondas vibratórias simultaneamente - para cima e para baixo, para um lado e outro e para frente e para trás, que nenhum outro método consegue imitar. “Com relação aos resultados, eles aparecem de acordo com cada indivíduo, mas a partir das primeiras sessões terapêuticas já se observa uma mudança” disse o fisioterapeuta.
      

        A psicológica Aline Calassa, que também atende no centro de equoterapia, acredita que o método terapêutico é indicado para desenvolver a autonomia, a parte comportamental e cognitiva, além da socialização e afetividade dos usuários. “Durante as sessões, estimulamos a parte cognitiva e comportamental desse indivíduo em todos os momentos para inibir os comportamentos indesejáveis e estimular os desejáveis”, apontou.
      

        Na opinião da dona de casa Márcia da Silva Oliveira, mãe de Gabriel da Silva Abertino, de 14 anos que nasceu com Hemiplegia, (paralisia de um lado do corpo), desde que o seu filho iniciou as sessões, há dois anos, ele vem apresentando uma série de melhorias em seu comportamento. “Nestes dois anos percebi ajudou muito no equilíbrio de meu filho. Quando iniciou as sessões, seu equilíbrio não era bom, ele nem sequer sentava, hoje ele já consegue até ficar em pé. Além disso, a terapia amenizou o medo que ele tinha de animais”.

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