Banco de Olhos de Volta Redonda já disponibilizou 863 córneas para transplante


 

        O Banco de Tecido Ocular Pedro Sélmo Thiesen - Banco de Olhos de Volta Redonda - inaugurado em maio de 2010, no Hospital São João Batista (HSJB), disponibilizou até outubro deste ano 863 córneas para transplantes, realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Neste período o banco fez o recolhimento de 1.069 córneas. Com este trabalho, o Banco de Olhos ajudou o Estado do Rio a aumentar o número de transplantes de córnea de 138, em 2010, para 310, em 2013, diminuindo o tempo de espera dos pacientes. Os transplantes são regulados pelo Governo do Estado, por meio do PET (Programa Estadual de Transplantes), da Secretaria de Estado de Saúde. As córneas captadas em Volta Redonda e na região pela equipe do Banco de Olhos são encaminhadas para sete hospitais credenciados no Estado. Nenhuma instituição em Volta Redonda realiza o transplante de córnea. 

 

        A equipe médica que atua no Banco de Tecido Ocular Pedro Sélmo Thiesen é responsável pela captação, avaliação, processamento, armazenamento, disponibilização e transporte, mantendo a qualidade das córneas recolhidas.

 

        “As córneas são recolhidas até 6 horas após o óbito, com autorização dos familiares, e posteriormente levadas até a Central de Notificação, Captação e Doação de Órgãos do Estado do Rio”, explicou Sebastião Faria, diretor geral do SAH (Serviço Autônomo Hospitalar), que mantém o Banco de Olhos. Faria ressaltou a contribuição do banco junto ao PET para reduzir o tempo de espera para o transplante de córneas. “Com este trabalho conseguimos ajudar a aliviar o sofrimento de muitas pessoas, diminuindo a espera pela cirurgia”.

   

        A coordenadora do projeto de implantação do Banco de Tecido Ocular do município, responsável pelo processo de credenciamento junto ao Ministério da Saúde e Vigilância Estadual, Rosa Lajes Dias, explicou que a equipe é formada por dois médicos oftalmologistas – com especialização em córneas - clínico geral, enfermeira, e cinco técnicos de enfermagem. Ela destacou a importância do papel da família – únicas pessoas que podem autorizar a doação, já que não existe declaração ou documento que garantam a intenção de ser doador, de acordo com a legislação.

 

        “Nós conversamos com os familiares sobre a importância do ato de solidariedade na doação da córnea, e mediante a autorização com um documento assinado, fazemos a captação”, frisou Rosa, que completou: “No Brasil não existe ainda a cultura da doação de órgãos, então precisamos conversar com os familiares, mostrar a importância deste ato”.

 

        De acordo com números divulgados pelo PET e pelo Instituto de Oftalmologia do Rio de Janeiro (IORJ), a fila de espera para transplantes de córnea tem cerca de 900 pessoas cadastradas. O Banco de Olhos funciona diariamente das 7h às 19h, com equipes de sobreaviso nos feriados e fins de semana.

 

Estado do Rio quer chegar ao quinto lugar em doadores até 2015

 

        O número de transplantes no Estado do Rio entre janeiro e agosto de 2013 foi 16% maior que o mesmo período de 2012, segundo informações divulgadas pelo PET. A expectativa, de acordo com a coordenação do programa, é de que em um ano o estado seja um dos cinco primeiros transplantadores de córnea do Brasil, zerando a fila de espera.

 

        O Banco de Olhos de Volta Redonda foi a primeira unidade pública do tipo no Estado do Rio, onde antes existia somente uma unidade particular - na capital - que deixou de funcionar. A unidade de Volta Redonda está credenciada para fazer a captação de córneas em todo o Médio Paraíba, e os transplantes são feitos em hospitais credenciados no Rio de Janeiro.

 

       Segundos documentos divulgados pelo PET e IORJ, de 2006 a 2009 o estado do Rio de Janeiro chegou a ficar mais de um ano sem nenhum Banco de Tecido Ocular em funcionamento, recebendo córneas de outros estados (principalmente São Paulo) e até de fora do País. A situação começou a mudar no Estado com implantação do Banco de Olhos Pedro Anselmo Thiesen, que representou um investimento de cerca de R$ 400 mil do município, para a sua construção.

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