Núcleo de Hemoterapia de Volta Redonda participa do Junho Vermelho

 

        No próximo dia 14 de junho comemora-se o Dia Mundial do Doador de Sangue. Para celebrar a data, o Núcleo de Hemoterapia de Volta Redonda, que funciona no Hospital São João Batista, participa da campanha mundial Junho Vermelho, visando reforçar o estoque do banco de sangue, devido ao mês ser um período de baixo número de doadores, conforme explicou a coordenadora do Núcleo de Hemoterapia, Cristina Guimarães do Nascimento.

        “Junho é justamente o período quando ocorrem as alterações bruscas na temperatura, então acaba acontecendo uma diminuição no número de doadores, por conta dos resfriados e das gripes. O objetivo é exatamente reforçar o nosso estoque, porque a gente tem, além da queda da temperatura de junho, as férias escolares de julho logo em seguida e as pessoas querem viajar. Esses fatores reduzem em cerca de 30% o número de doadores. Esperamos que, intensificando essa campanha, a gente aumente o nosso estoque e que fique com folga, pois a demanda é muito alta e sempre crescente”.

        De janeiro a maio de 2016, foram coletadas 2.406 bolsas de sangue e realizadas 2.007 transfusões no Núcleo de Hemoterapia, que recebe, diariamente, entre 20 e 25 doadores. Para contribuir com o estoque, o motorista Alexandro Oliveira dos Santos, de 41 anos, compareceu ao banco de sangue do Hospital São João Batista para doar pela segunda vez, já que doou sangue na unidade em 2012. Ele explicou que o tempo afastado se deu por conta da profissão, mas que sempre que pode, doa pelos lugares por onde passa.

        “Já ajudava em outros locais. Por conta da profissão, viajo muito e às vezes não consegue ser no mesmo local, mas desde meus 19 anos eu doo sangue. Aprendi com meus pais, eles já eram doadores”, contou Alexandro, que cativou a família a seguir seus passos e levou a esposa, Solange dos Santos Coelho, e a filha mais velha, Pâmela dos Santos Coelho, para também doarem sangue no hospital.

        “É justamente como se fosse uma ideologia passando de geração para geração. A gente procura estimular nos nossos filhos aquilo que já aprendemos com a nossa família. A questão de poder cooperar um pouco com o próximo, e um pouco de sangue, tem bastante para a gente doar”, disse Alexandro. A esposa Solange, que também doou sangue em 2012 com o marido, diz que é sua segunda vez e acabou “comprando a ideia” do companheiro através das experiências dele. “É bom ajudar o próximo”.

        Estreante na doação de sangue, a filha Pâmela, de 20 anos e que estuda Engenharia de Produção, fala do interesse pela ação voluntária. “Pelo exemplo dos meus pais, de estarem doando, de se preocupar com o próximo, eu também senti o desejo de vir doar e pretendo continuar”, afirmou.

        Inaugurado no dia 4 de dezembro de 2009, o Núcleo de Hemoterapia de Volta Redonda atende a seis instituições: o próprio Hospital São João Batista; o Hospital Municipal Munir Rafful (Hospital do Retiro); pacientes do programa do Ministério da Saúde/UNACON (tratamento do Câncer realizado pelo SUS no HINJA); Hospital Municipal de Pinheiral; Agência Transfusional do Hospital Municipal de Piraí; Hospital Municipal de Rio Claro.

        Dentre os doadores, 65% são homens e 35% mulheres, com idades que variam de 18 a 49 anos. “Apesar de a maioria ser adulto, temos uma taxa de 5% de menores de idade que doam sangue aqui e com repetição”, disse Cristina, explicando que a maioria dos consumidores é de pacientes com problemas ortopédicos e os da oncologia.

        “O nosso maior cliente, a maior instituição que utiliza sangue é o Hospital São João Batista, porque é o de grande porte, tem as cirurgias de maior complexidade. Todos os acidentados vêm para cá, a gente tem uma grande utilização, principalmente com os pacientes da ortopedia, por causa do atendimento politrauma, além dos pacientes da oncologia, porque a quimioterapia, em algum momento, acaba exigindo que você reponha glóbulos vermelhos para o paciente”, informou a coordenadora.

        PROCESSO – Em relação ao processo que o sangue passa no Núcleo de Hemoterapia, Cristina explicou uma bolsa sangue coletada é o sangue total e dele, conforme protocolos, normas e rotinas, pode-se obter até três componentes diferentes e com três indicações diferentes.

        “Por exemplo, uma bolsa coletada pode dar origem a um concentrado de hemácias que vai para um paciente com anemia. Outro exemplo é um concentrado de plaquetas, que vai para um paciente com um distúrbio de coagulação, um exemplo claro: um hemofílico, um paciente com dengue hemorrágica, daí o concentrado de plaquetas. Cada bolsa coletada tem validade de cinco dias. E uma pessoa de 70 quilos, por exemplo, para ser transfundida com concentrado de plaquetas, vai precisar de sete bolsas. Porque é uma unidade para cada 10 quilos de peso. Então, preciso de sete doadores e é uma validade curta. Outra questão é o plasma fresco, que por ser congelado dentro de uma temperatura de 86º negativos em até oito horas, tem uma validade de até um ano. Ele só é descongelado no momento da utilização”, detalhou.

        De acordo com a coordenadora, no Núcleo de Hemoterapia são coletadas amostras em pequenos tubos específicos, nos quais são verificados grupo sanguíneo e fator RH. “A gente coleta amostras que serão submetidas a exames sorológicos, a vários testes: AIDS, sífilis, hepatite, doença de chagas, HTLV (Vírus linfotrópico da célula humana) e mais o NAT (Teste de Ácido Nucleico). Todo sangue só vai para bancada de liberação depois que ele tiver todos esses resultados negativos”.

        DOAÇÃO – E quem quiser fazer como o Alexandro e sua família, ajudando a quem precisa de sangue, Cristina Guimarães explicou que o candidato a doador deve estar bem de saúde, com no mínimo 50 quilos, ter entre 16 e 69 anos de idade, sendo que o menor de idade tem que possuir um termo autorizado – que pode ser pego na recepção do núcleo – pelo seu responsável legal e no dia tem que trazer esse documento e a identidade. Ainda segundo ela, o possível doador deve ter dormido bem e não precisa estar em jejum, mas alerta para que evite alimentos gordurosos até duas horas antes da doação, para que os exames preliminares não sejam prejudicados.

        “Para ser doadora, a pessoa tem que ter primeiro a boa vontade de fazer a sua doação, ter consciência que aquilo é um ato de amor, é voluntário mesmo. Quando o indivíduo chega à nossa recepção para se candidatar ao processo, ele vai preencher um questionário. Após o preenchimento, ele vai passar por uma avaliação de uma triagem clínica e hematológica, e nessa avaliação a gente verifica se ele tem condições de doar, se não vai trazer nenhum transtorno à saúde dele, para que ele possa ser um doador naquele momento”, disse.

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