Centro de Zoonoses triplica quantidade de castrações em Volta Redonda

Publicado em Segunda, 10 Abril 2017 14:44

Centro de Zoonoses triplica quantidade de castrações em Volta Redonda

Trabalho realizado em parceria com ONGs contribuem para bons resultados

 

O Centro de Zoonoses de Volta Redonda já realizou quase 900 cirurgias de castração em cães e gatos nos três primeiros meses de 2017. O número já é bem superior ao mesmo período do ano passado, quando foram realizados apenas 300 procedimentos. No Centro de Zoonoses são operados, diariamente, entre 20 a 25 animais. Só no mês de março, 184 cães e 181 gatos foram castrados gratuitamente em Volta Redonda, sendo que as fêmeas correspondem a mais de 80% dos atendimentos.

O centro é formado por duas equipes com veterinários e auxiliares. A maioria dos animais atendidos tem um lar. Segundo o veterinário responsável pelas cirurgias, Marcos Venturini, o crescimento das castrações deve também ao comprometimento das ONGs de proteção aos animais e, por meio dessa parceria, uma vez por semana, o Centro de Zoonoses dedica um dia inteiro às castrações de animais resgatados nas ruas.

“A capacidade na otimização do trabalho da equipe é muito importante para realizar as cirurgias. As ONGs também têm uma grande importância para o número de castração ser tão grande. A demanda é bem maior, elas fazem o trabalho de controlar os animais de rua”, afirmou Venturini.

As três ONGs que existem na cidade, são responsáveis por resgatar, castrar e colocar os animais para a adoção. A ONG Amigas dos Bichos, não tem sede, mas promove o recolhimento de animais vitimados. “Desde o começo do ano as ONGs têm um dia na semana dedicado a castração desses animais resgatados. Nosso foco são os animais vítimas de acidentes e maus-tratos. Já resgatamos 17 animais esse ano. Antes, demorava até oito meses para operar os animais das entidades, agora, com um dia na semana, facilitou e isso traz mais dignidade aos animais”. disse a presidente da ONG, a psicóloga Thaise Heringer.

Segundo, Vladimir Magalhães, professor e voluntário no SPA (Sociedade Protetora dos Animais), a cidade está com muitos animais abandonados e castrar é a melhor saída para diminuir a população de animais nas ruas. “Já temos muito animais nas ruas da cidade. Antes demorava muito para sermos atendidos e agora tendo um dia para atender só as ONGs o processo é mais rápido e estamos conseguindo progredir”, afirmou Magalhães.

O objetivo do Centro de Zoonoses é zerar a demanda reprimida na cidade. Volta Redonda não conta com serviço de recolhimento de animais de rua, por isso a importância da atuação das entidades de proteção aos animais junto ao setor de zoonoeses e a Secretaria de Saúde. De acordo com Marcos Pinheiro, vigilante que levou seu ‘melhor amigo’ para castrar, o serviço é importante para a população.

“O meu cachorro tem um ano e dois meses. Estávamos esperando há 10 meses por essa cirurgia. Esse serviço é muito importante para a população e também para a saúde do animal. Vou indicar para mais pessoas, porque fiquei feliz com o serviço realizado aqui”, disse Marcos.

O número de fêmeas, tanto de gatas quanto de cadelas, é bem superior ao de machos. Mais de 700 cirurgias foram realizadas em fêmeas. Para o pedreiro, Sidney Soares, operar suas duas cadelas foi a melhor opção.

“Já tinha castrado meus outros cachorros aqui. Cheguei a ter 20 animais na minha casa. Hoje, a Nina e a Branca vão operar. As duas são mais tranquilas que os outros quatro machos que tenho. A mais velha têm 11 anos e é mãe da mais nova. Não é legal abandonar animais, acho isso uma crueldade, mas tem gente que faz. Eu prefiro castrar e evitar as crias, assim convivemos com eles até o fim da vida”, reforçou Sidney.

Por Maria Clara Sales, com fotos de Geraldo Gonçalves / Ascom VR