Banco de Leite Humano de Volta Redonda tem aumento no número de doadoras

 

        O Banco de Leite Humano do Hospital São João Batista registrou aumento de 42% no número de doadoras no período de janeiro a maio deste ano, em comparação ao mesmo período de 2015. Foram 246 mulheres doando em 2016 e 173 no ano passado. A coordenadora do Banco de Leite, Tatiane Lucio Chaves, explica que o estoque de leite está bom, mas sempre é necessário um número maior de doadoras.

        “Estamos com um nível de doação bom, mas nunca podemos falar que está suficiente. A doação de leite não é igual à doação de sangue. A mãe tem um período para doar leite, ela tem um pico de produção, doa o leite, depois ela retorna. Após seis meses o bebê vai para a papinha, o leite diminui e o organismo vai cessando aquela produção. Então, quanto mais doadoras, melhor. Precisamos de 6 a 8 litros por dia, principalmente quando a UTI Neonatal está lotada. Mais do que números, falamos em renovação de doadoras”.

        Referência na região do Médio Paraíba, o Banco de Leite Humano faz a cobertura de toda a UTI Neonatal do Hospital São João Batista, formada por 18 leitos dentro da UTI Neo e mais cerca de 10 leitos de UI Neo, além dos três alojamentos conjuntos da maternidade.

        “A gente também oferece leite materno para os bebês que têm necessidade e que estão internados na maternidade. Às vezes, a criança nasce com a glicose baixa, tem uma necessidade que o médico prescreve e, ao invés de oferecer fórmula infantil, como somos o Hospital Amigo da Criança, oferecemos o leite pasteurizado doado”, explica Tatiane, acrescentando que o Banco de Leite firmou recentemente uma parceria com Angra dos Reis, após solicitação do município. “Eles viram a necessidade dessa parceria lá, porque eles usam muita fórmula infantil”.

        A coordenadora lembra também da importância do Banco de Leite para o município, em relação à queda na taxa de mortalidade infantil. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Volta Redonda registrou a menor taxa de sua história, com 8,4 óbitos por mil nascidos vivos em 2015. Esses dados colocam a Cidade do Aço em uma posição de destaque, já que os indicadores da SMS são inferiores aos registrados do estado do Rio de Janeiro (12,56 óbitos por mil nascidos vivos).

        “A importância de o banco de leite existir é para a consciência do aleitamento materno, para a nutrição plena da criança, tanto de UTI Neo, como para uma criança que foi para casa sadia e saudável, para ela crescer e se desenvolver como uma criança saudável. Os bebês que estão precisando dessa doação são aqueles que estão na UTI Neo, muito frágeis, que nascem com baixo peso extremo. Tem alguns que nascem com 500gm, e às vezes a mãe fica com o psicológico muito abalado e isso faz com que ela diminua a produção de leite e não tem condições de oferecer o leite dela para o bebê”, explica Tatiane, ressaltando que, com a doação, o leite é pasteurizado, o deixando isento de qualquer tipo de contaminação, e é prescrito por uma neonatologista e enviado para o bebê como se fosse o da mãe.

        “A gente costuma falar que às vezes a mãe doa achando que está doando somente um alimento, mas na realidade ela está doando um potinho de carinho para a mãe que não está conseguindo dar naquele momento difícil da vida dela”.

        DOAÇÃO – De acordo com a coordenadora do Banco de Leite, a mãe que quiser contribuir pode ser doadora em qualquer período puerperal, ou seja, assim que ela ganha o bebê e apresente uma alta produção de leite humano, desde que esteja amamentando seu filho primeiro e tenha sobrado leite após a amamentação, ela pode doar o restante que sobrou. Tatiane ressalta que a mãe também tem que estar com o cartão de pré-natal em dia, com todos os exames feitos e deve entrar em contato com o Banco de Leite através do telefone do hospital (3348-9954), que atende todo o Médio Paraíba e os residentes de Volta Redonda.

        “Essa mãe tem que estar sadia, se alimentando bem. A única restrição é: se a mãe não estiver com o cartão de pré-natal em dia, ela não estará com os exames que precisamos verificar, como DRL positivo ou negativo, exames de HIV, de hepatite, sífilis, para que possamos comparar esses exames e darmos o apto ou não apto. Esse cartão tem uma ficha de avaliação, que anexamos ao cartão, e essa avaliação é feita pela neonatologista, que dá o apto para a mãe ser doadora ou não. Em seguida, a gente vai à residência da mãe, com duas funcionárias que são técnicas na área de aleitamento materno e técnicas de enfermagem, levando todos os materiais, como vidro, máscara, touca, e a cartilha do Ministério da Saúde sobre amamentação, que contém toda a explicação quanto à higiene das mãos, das mamas, ensina à mãe a ordenhar o leite materno, a acondicionar esse leite no congelador, a rotular o leite. Depois, as funcionárias combinam  de voltar toda semana à casa da doadora”, explicou Tatiane, citando que qualquer problema que aconteça nesse intervalo, a equipe do Banco de Leite liga para a mãe e informa sobre a impossibilidade de ir à residência, ou a própria doadora pode entrar em contato com o hospital no caso de qualquer dificuldade.

        “A gente não atende somente para doação de leite. Em casos que há necessidade, fazemos também o SOS Amamentação. Têm muitas mães que não tem a oportunidade de vir aqui para receber uma informação sobre aleitamento materno, para um problema como mastite, uma fissura, um bebê que não pega o peito, então a gente também ajuda pelo telefone ou indo na casa da mãe”. O Hospital São João Batista fica na Rua Nossa Senhora das Graças, nº 275, bairro São Geraldo.

 

 

 

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