Campanha alerta para o risco do consumo de álcool entre menores

        A campanha de divulgação da Lei 13.106/15, que torna crime vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar bebida alcoólica para menores de idade, intensificada em abril deste ano pela Coordenadoria Municipal de Prevenção às Drogas (CMPD), já rendeu mais de 60 denúncias, através do Ciosp (Centro Integrado de Operações de Segurança Pública). A campanha “Infância Sem Álcool” tem um telefone para denúncias de comercialização ou uso de bebidas alcoólicas por menores – 0800 702 1190.

        De acordo com a coordenadora municipal de Prevenção às Drogas, Myriane Nogueira Leal, o objetivo da campanha não é prender ninguém, mas alertar para os riscos do consumo de álcool entre menores para a saúde. “Mas é preciso deixar claro também que a bebida alcoólica é uma droga ilícita para menores”, afirmou, acrescentando que, antes da Lei Federal 13.106, fornecer bebida alcoólica a menores de idade era considerado apenas contravenção penal e hoje se tornou crime.

        O trabalho de conscientização do problema também é feito através de reuniões em escolas e nos CRAS (Centros de Referência à Assistência Social), coordenadas pela CMPD, e já atingiu cerca de 1,2 mil pessoas no município. Entre os temas abordados estão as consequências do consumo exagerado de álcool. “O consumo exagerado de álcool tem influência no aumento da população de rua e da violência urbana, da gravidez indesejada na adolescência, além da contaminação por DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis)”, completou Myriane.

        A instituição que quiser receber a palestra com orientações da campanha pode entrar em contato com a Coordenadoria Municipal de Prevenção às Drogas (CMPD) pelo telefone: (24) 3345-4444, ramal: 103.

        PESQUISA – Estudo do Ibope, realizado em maio e junho de 2016, mostra que a relação de jovens com o álcool é cada vez mais precoce e intensa. A pesquisa também aponta que o consumo de bebidas alcoólicas é um hábito entre menores de idade: 45% dos adolescentes de 12 a 17 anos já experimentaram e 39% compraram o produto em algum estabelecimento comercial.

        O levantamento foi feito em São Paulo, mas especialistas revelam que o cenário se repete em igual medida em várias partes do Brasil. Dentre as pessoas que provaram álcool, o porcentual de adolescentes que confessaram ter bebido nos últimos 12 meses é maior do que o número de adultos, 71% e 64%, respectivamente.

        Enquanto a maioria dos jovens de 16 e 17 anos bebe geralmente na companhia de amigos, é com a família que 44% dos adolescentes de 12 e 13 anos costumam ingerir as bebidas alcoólicas. A pesquisa mostra que a idade do primeiro gole é cada vez mais cedo. Os adultos confessam que começaram a beber com 15 anos, os adolescentes reconheceram que, na média, iniciaram com quase 14 anos. Mas admitem que deveriam co­­meçar a beber só depois da maioridade.

        Não são raros os casos em que é algum familiar que oferece o primeiro copo. Um em cada cinco adolescentes foi incentivado por um parente. Mas a principal influência ainda vem dos amigos. Em metade dos casos, são eles que estimulam o gole inicial. O estudo mostra que o consumo muitas vezes ocorre em casa e quanto maior a renda familiar, maior é o consumo. A falta de limites na educação, a facilidade de acesso à bebida e a permissividade da família – que não vê o consumo de álcool como atitude grave – são apontados como os principais fatores responsáveis por aproximar os jovens da bebida.

        “Em outra pesquisa, desta vez do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), alguns dados chamam atenção: o aumento do consumo de bebidas alcoólicas entre jovens de 12 a 15 anos se compararmos os anos de 2012 e 2015. Além disso, foi verificado que as meninas têm começado mais cedo que os meninos, uma mudança de perfil que pode gerar consequências futuras como o aumento do alcoolismo entre mulheres adultas”, apontou Myriane.

 

 

 

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